Após tentativa de invasão, Polícia Federal faz perícia no Itamaraty
Grupo quis invadir o prédio na noite de quinta e deixou rastro de vandalismo.
Palácio, projetado por Niemeyer, é uma das obras mais visitadas da capital.
A Polícia Federal iniciou logo no início da manhã desta sexta-feira (21) uma perícia no Palácio do Itamaraty, em Brasília, que na noite de quinta foi alvo de manifestantes que tentaram invadir o prédio. A ação do grupo deixou vidraças quebradas, pichações e marcas de sujeira. Funcionários do Itamaraty também iniciaram o dia com uma limpeza no prédio.
Nesta quinta, em diversas cidades do país, milhares de pessoas foram às ruas em manifestações que criticavam, entre outros temas, a corrupção na política. Em Brasília, de acordo com a Polícia Militar do DF, cerca de 30 mil protestaram na Esplanada dos Ministérios. Um grupo minoritário, ao tentar invadir o Itamaraty, entrou em confronto com policiais e chegou, inclusive, a atear fogo em pilastras.
Fachada do Palácio do Itamaraty ainda tem vidros quebrados após manifestação da noite de quinta. (Foto: Reprodução/TV Globo)
O Palácio do Itamaraty, a exemplo de outros prédios na Esplanada e na Praça dos Três Poderes, é projeto do arquiteto Oscar Niemeyer. O prédio, que é sede do Ministério das Relações Exteriores, foi inaugurado em abril de 1970 e inicialmente era chamado de Palácio dos Arcos, devido aos arcos em sua fachada. É um dos pontos mais visitados da capital federal. Não só o prédio tem valor artístico, como também abriga em seu interior várias obras de arte, como painéis dos artistas plásticos Athos Bulcão e Alfredo Volpi. Nas partes de dentro e de fora do palácio, há jardins do paisagista Burle Marx.
A manifestação causou danos não só ao Itamaraty. Em toda a Esplanada, a polícia aponta que outros quatro ministérios foram pichados, 13 placas de sinalização foram destruídas, 15 holofotes que iluminam as fachadas dos ministérios foram quebrados e bandeiras dos 26 estados e do DF, que ornamentam a Alameda dos Estados, avenida em frente ao Congresso, foram arrancadas.
Tentativa de invasão ao Itamaraty
Na manifestação da noite desta quinta, que inicialmente se concentrava em frente ao Congresso, parte dos manifestantes seguiu para o Itamaraty, que fica ao lado do Congresso, e tentou invadir o prédio.
Eles ocuparam as rampas do Itamaraty, lançaram objetos contra a fachada de vidro do palácio, fizeram fogueiras e pressionaram para entrar.
Policiais que estavam no interior do prédio saíram pelas duas rampas usando extintores de incêndio e spray de pimenta para obrigar o grupo a recuar.
Alguns manifestantes chegaram a invadir o palácio, mas foram repelidos. Outros entraram no espelho d'água e subiram na escultura "Meteoro". Alguns usaram a escultura como "trampolim" para se atirar no espelho d'água. O Itamaraty nega que tenha havido invasão.
No Congresso, um homem foi detido pela Polícia Legislativa depois de furar o bloqueio policial e entrar no prédio. De acordo com a polícia, o homem preso tem cerca de 30 anos e poderá ser autuado por crime de desobediência.
Fogo em tenda e pedra na Catedral
Os manifestantes queimaram cartazes e faixas durante protesto em frente ao Congresso. Eles chegaram a colocar fogo em cones de sinalização de trânsito, logo após a tentativa de invasão ao Itamaraty.
Um grupo de pessoas ateou fogo em entulhos, cones, cartazes em uma caçamba de e em uma tenda que estavam próximas ao prédio da Ministério do Trabalho. Os bombeiros foram impedidos de conter o fogo. Os participantes do protesto começaram a gritar "deixa queimar". As chamas atingiram a rede elétrica.
O policiamento demorou cerca de uma hora para chegar ao local. Enquanto isso, os manifestantes jogaram madeira para aumentar o incêndio. Algumas pessoas começaram a destruir uma cerca de metal no local.
Os manifestantes também arrancaram algumas bandeiras que ficam nos mastros instalados na Alameda dos Estados. Um vitral da Catedral Metropolitana ficou trincado depois que um participante do protesto arremessou uma pedra contra o templo.
Por volta das 23h45, os policiais militares começaram a deixar o Congresso Nacional.
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