Água e Efluentes, Poluição e Origens
Agentes de Poluição - Tratamentos
O mar representa 97% da água no planeta, as geleiras 2,2% e a água doce 0,8%. Desta água doce, 3% é superficial e 97% subterrânea de difícil extração. Incluindo rios e lagos, apenas0,02% da água do planeta é utilizável, sendo que boa parte já se encontra poluída. A água tem composição variada de acordo com a origem e materiais com que entrou em contato.
Classificada como solvente universal agrega em seu meio todo o tipo de materiais e é também veiculo de desenvolvimento biológico.
Chama-se poluição a toda e qualquer alteração física, química ou biológica do ar, água e solo que origine condições nocivas à saúde, à segurança e ao bem estar. É poluição tudo o que prejudicar a fauna e a flora, tudo o que altere a estética e tudo o que prejudique o uso humano destes recursos. A poluição pode ser de ordem microbiológica, originando doenças, ou originada por lançamento de compostos orgânicos e inorgânicos na natureza.
O problema da poluição da água é tão sério que dados daOrganização Mundial da Saúde – OMS, dão conta hoje que já 30% da população não tem acesso à água potável e que 40% vive sem saneamento básico. Em decorrência desta situação diarréias e malária causam a morte de 3 milhões de pessoas ao ano sendo 90% crianças com menos de cinco anos. O problema tende a se agravar com a crescente migração para os arredores das cidades sendo já 2 bilhões os residentes em favelas ou assentamentos irregulares.
Colônia de
Bactérias
Composição de Águas Doces e Salgadas Naturais - Várias Origens - (mg/litro) | ||||||||||||
(1) | (2) | (3) | (4) | (5) | (6) | (7) | (8) | (9) | (10) | (11) | (12) | - |
Cálcio | 0,8 | 0,65 | 40,7 | 1,68 | 14 | 22 | 241 | 144 | 6.5 | 3,11 | 4 540 | 400 |
Magnésio | 1,2 | 0,14 | 7,2 | 0,24 | 13 | 17 | 7 200 | 55 | 1,1 | 0,7 | 160 | 1 350 |
Sódio | 9,4 | 0,56 | 1,4 | 0,16 | 8 | 14 | 83 600 | ~ 27 | ~ 37 | 3,03 | 2 740 | 10 500 |
Potássio | - | 0,11 | 1,2 | 0,31 | - | 0,5 | 4 070 | ~ 2 | ~ 3 | 1,09 | 32,1 | 380 |
Bicarbonato | 4 | - | 114 | 5.4 | 104 | 129 | 251 | 622 | 77 | 20 | 55 | 28 |
Sulfato | 7,6 | 2,2 | 36 | 1,3 | 4,7 | 1,3 | 16 400 | 60 | 15 | 1.0 | 1 | 185 |
Cloretos | 17 | 0,57 | 1,1 | 0,06 | 8,5 | 33 | 140 000 | 53 | 17 | 0,5 | 12 600 | 19 000 |
Sílica | 0,3 | - | 3,7 | 0,7 | 24 | 30 | 48 | 22 | 103 | 16,4 | 8,5 | 3 |
SDT | 38 | 4,7 | 207 | 10 | 120 | 180 | 254 000 | 670 | 222 | 36 | 20 338 | 35 000 |
pH | 5,5 | - | - | 6,9 | 7,7 | 7,0 | 7,4 | - | 6,7 | 6,2 | 6,5 | - |
Observações:
(1) Água de Chuva;
(2) Água de Chuva;
(3) Água do Rio Reno nos Alpes;
(4) Rio em Rochas Graníticas;
(5) Cachoeira em estação chuvosa;
(6) Cachoeira em estação seca;
(7) Água de Lago;
(8) Água de subsolo;
(9) Água de subsolo;
(10) Água de subsolo;
(11) Água de subsolo;
(12) Água de Mar;
SDT – Sólidos Dissolvidos Totais
pH é a medida da acidez - um pH menor que 7 significa uma água ácida.
(-) indica que o componente da água não foi detectado ou não foi analisado
(~) aproximadamente
Composição da Água Doce de Superfície e Subterrânea (Não Poluída):
Elemento
|
Valores Médios
|
Diretrizes OMS
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Aluminio (Al) | 0,2 mg/l | |
Amônia | < 0,2 mg/l (até 0,3 mg/l em águas anaeróbicas) | Sem indicação |
Antimônio (Sb) | < 4 μg/l | 0.005 mg/l |
Arsênico (As) | 0,01 mg/l | |
Asbestos | Sem indicação | |
Bário (Ba) | 0,3 mg/l | |
Berílio (Be) | < 1 μg/l | Sem indicação |
Boro (B) | < 1 mg/l | 0,3 mg/l |
Cádmio (Cd) | < 1 μg/l | 0,003 mg/l |
Cloro (Cl) | 250 mg/l | |
Cromo (Cr+3, Cr+6 ) | < 2 μg/l | 0,05 mg/l |
Cor | Não mencionado | |
Cobre (Cu) | 2 mg/l | |
Cianetos (Cn) | 0,07 mg/l | |
Oxigênio Dissolvido (O2) | Sem indicação | |
Fluoreto (F) | < 1,5 mg/l (acima de 10) | 1,5 mg/l |
Dureza (CaCO3) | Sem indicação | |
Gás sulfídrico (H2S) | Sem indicação | |
Ferro (Fe) | 0,5 - 50 mg/l | Sem indicação |
Chumbo (Pb) | 0,01 mg/l | |
Manganês (Mn) |
0,5 mg/l
| |
Mercúrio (Hg) | < 0,5 μg/l | 0,001 mg/l |
Molibdênio(Mb) | < 0,01 mg/l | 0,07 mg/l |
Níquel (Ni) | < 0,02 mg/l | 0,02 mg/l |
Nitrato e nitrito (NO3, NO2) | 50 mg/Nitrogênio total | |
Turbidez | Não mencionado | |
pH | Sem indicação | |
Selênio (Se) | < < 0,01 mg/l | 0,01 mg/l |
Prata (Ag) | – 50 μg/l | Sem indicação |
Sodio (Na) | < 20 mg/l | 200 mg/l |
Sulfato (SO4) | 500 mg/l | |
Estanho (Sn) | Sem indicação | |
TDS | Sem indicação | |
Urânio (U) | 1,4 mg/l | |
Zinco (Zn) | 3 mg/l |
(!) - Diretrizes Salubridade (OMS – Organização Mundial da Saúde)
Purificação de Água - Fundamentos
Purificação de água significa livrar a água de impurezas, contaminantes ou microorganismos. A purificação da água não é um processo unilateral e passa por muitas etapas determinadas pelo tipo e variedade de impurezas encontradas.
A decantação/separação física, por exemplo, separar os sólidos ou faz flutuar os óleos; vários processos físico-químicos de separação podem ser utilizados; microorganismos perigosos são removidos por cloração ou por Radiação Ultravioleta. Outros microorganismos, entretanto, podem ser usados para o tratamento da água porque convertem contaminantes em substancias inofensivas.
Principais doenças por água contaminada
Doenças | Agente | Sintomas |
Cólera | Víbrio cholerae | Afeta apenas os seres humanos; sua transmissão vem diretamente dos dejetos fecais de doentes; contaminação por ingestão, principalmente de água contaminada. Causa diarréia, vômitos, rápida desidratação, acidose, câimbras musculares e colapso respiratório |
Amebíase | Entamoeba histolytica | Esta ameba se alimenta do bolo alimentar e sua presença causa disenteria aguda, febre, calafrios e diarréia sanguinolenta |
Gastro-Enterite | Rota Vírus | Vírus que causa diarréia, vômitos, levando a desidratação grave. |
Hepatite | Vírus de Hepatite A | Vírus que ataca o fígado causando febre, mal-estar geral, falta de apetite e icterícia. |
Disenteria Bacilar |
Bactéria
Shigella | Fezes com sangue e pus seguido de vômitos e cólicas. |
Poliomielite |
Enterovirus
poliovirus | Comum em crianças ("paralisia infantil"); através de contato fecal/oral derivado de condições sanitárias inadequadas; contaminação fecal de água e alimentos. |
Febre Tifóide | Salmonella typhi | Doença contagiosa causada por bactéria; causa febre intermitente, mal-estar, manchas rosas pelo tronco, tosse e prisão de ventre. |
Febre Paratifóide | Salmonella paratyphi | Transmite-se pelas fezes, mãos contaminadas, roupas, alimentos e água. Sintomas comuns são: dor de cabeça, mal-estar, fadiga, boca amarga, febre, calafrios, indisposição gástrica, diarréia e aumento do baço |
Ascaridíase | Ascaris lumbricoides | A infecção dos vermes ocorre por ingestão de seus ovos presentes na água e alimentos, principalmente verduras |
Poluição por Compostos orgânicos
Composto | Padrão | Efeitos sobre a saúde |
Pesticidas organoclorados | ||
Aldrin Dieldrin Clordano DDT Endrin Heptacloro Heptacloro Epóxido Hexaclorobenzeno Lindano Metoxicloro Toxafeno | 0,03 µg/L 0,03 µg/L 0,03 µg/L 1,00 µg/L 0,20 µg/L 0,10 µg/L 0,10 µg/L 0,01 µg/L 3,00 µg/L 30,0 µg/L 5,00 µg/L |
Produtos largamente utilizados na lavoura, sua presença na água em concentrações acima dos limites toleráveis (VMP – valor máximo permitido) pode acarretar envenenamento, dor de cabeça, distúrbios gastrointestinais, danos ao fígado, rins e sistema nervoso e efeitos cancerígenos.
|
Solventes orgânicos aromáticos | ||
Benzeno | 10,0 µg/L |
A presença de benzeno em águas de abastecimento se deve a contaminação por resíduos de indústrias, principalmente de tintas, de plástico e medicamentos. O benzeno é considerado potencialmente cancerígeno.
|
Hidrocarbonetos Aromáticos Polinucleados | ||
Benzo-pireno | 0,01 µg/L |
Substância causadora potencial de câncer mesmo em concentrações baixas. Sua presença em águas de abastecimento normalmente se deve a contaminação por resíduos da queima de matéria orgânica e derivados de petróleo.
|
Trihalometanos | ||
Trihalometanos |
100 µg/L
|
Podem estar presentes na água tratada e a sua formação se dá pela reação do cloro com certos compostos orgânicos presentes em águas naturais. Com objetivo preventivo, fixou-se o limite padrão, devido à suspeita de que, em teores excessivos, os THM possam ser cancerígenos.
|
Fenóis | ||
Pentaclorofenol 2,4,6 – Triclorofenol |
10 µg/L
10 µg/L |
Utilizado na manufatura de desinfetantes, resinas, e indústria química e farmacêutica, esta presente em águas residuais industriais e de refinarias. O fenol na água reage com o cloro do tratamento e produz os clorofenois, que, mesmo em baixas concentrações, produzem gosto e cheiro característico na água (gosto “de remédio”). As concentrações que podem causar algum efeito à saúde são superiores às que alteram o sabor e o odor da água.
|
Solventes halogenados | ||
1,1- dicloroeteno 1,2 dicloroetano tetracloroeteno Tetracloreto-carbono |
0,3 µg/L
10 µg/L 10 µg/L 30 µg/L |
Os solventes halogenados formam um grupo de compostos orgânicos muito utilizados na indústria de plásticos, tintas e corantes. Esses compostos, quando em concentrações excessivas, são potencialmente cancerígenos e alguns deles causadores de danos ao fígado e rins.
|
Herbicidas fenoxiácidos clorados | ||
2,4-D; 2,4,5 -T |
100 µg/L
|
Estes herbicidas são utilizados na agricultura para controle de plantas daninhas. Sua utilização em quantidades acima do recomendado deixa resíduos no solo que são carreados para os rios e lagos, contaminando a água.
|
Compostos que afetam as qualidades organolépticas da água
Composto | Padrão | Efeitos maléficos |
Agentes tensoativos | 0,2 mg/L | Provocam formação de espumas e gosto ruim; não são nocivos à saúde. |
Cobre | 1,0 mg/L | Irritações gastrointestinais. |
Alumínio | 0,2 mg/L | Adicionado à água durante o tratamento, é prejudicial à aparência da água. |
Cloretos | 250 mg/L | Indica eventual contato com esgoto doméstico. |
Ferro total | 0,3 mg/L | Aparecimento de cor; mancha a roupa e utensílios domésticos. |
Dureza | 500 mg/L de CaCO3 | Provoca o aumento do consumo de sabões e incrustações nas tubulações. |
Manganês | 0,1 mg/L |
Afeta a cor e o sabor da água.
|
Sulfatos | 400 mg/L | Em concentrações elevadas tem efeito laxativo. |
Sólidos totais dissolvidos | 1000mg/L |
Prejudicial ao paladar e pode ter efeito laxativo.
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Coeficientes de Poluição Industrial – Efluentes
Cada efluente industrial, esgoto doméstico ou esgoto sanitário tem um índice de poluição usado como referência no dimensionamento do tratamento da água. Podemos dizer que algumas indústrias produzem potencialmente a seguinte poluição:
Indústrias e Potencial Poluidor
Indústria | Coeficiente de Poluição | Unidade |
Alumínio | 0,3 – 13 | Kg DQO/ton produto |
Borracha | 0,001 – 5,3 | Kg DBO/ton produto |
Café solúvel | 75 – 7518 | Idem |
Cana de Açúcar | 1 380 – 9 360 0,5 – 10 250 a 1500 | Idem M3/ton açúcar Mg/litro |
Destilaria de Álcool | 60 Vinhoto – 7 000- 20 000 | M3/ton álcool Mg/litro |
Celulose e Papel | 15 – 110 | Idem |
Conservas | 0,3 – 80 | Idem |
Matadouros e Frigoríficos | 1,9 – 27,6 800-3200 0,3 – 2,5 | Kg DBO/ton animal vivo Mg/litro M3/cabeça abatida |
Abatedouro de Aves | 8 – 20 | Kg DBO/ 1000 aves abatidas |
Óleos Comestíveis | 0,01 – 13 | Kg DBO/ton produto |
Plásticos e Resinas | 0 – 2,2 | Idem |
Química | 0,1 – 123 | Idem |
Curtume | 4 – 1 000 20-40 1000-1500 | Kg DBO/ton pele M3 agua/ton pele Mg DBO/litro |
Detergentes | 0,2 – 11 | Kg DBO/ton produto |
Explosivos | 0,09 – 11 | Idem |
Balas e Munição | 65 – 72 | Kg DBO/100 000 unidades |
Laticínios | 0,02 – 21,4 2-10 500 – 2000 | Kg DBO/ton leite M3 agua/m3 leite produzido DBO mg/l |
Refinarias | 85 – 317 | Kg DBO/1000m3 petróleo |
Refrigerantes | 2,5 – 121 | Kg DBO/m3 produto |
Siderurgia | 0,2 – 5,7 | Kg DBO/ton produto |
Têxtil | 0,5 – 800 | Idem |
Vidro | 0,08 – 8,9 | Idem |
Esgoto Doméstico | 40 – 50 200 – 700 160 | Gr DBO/dia/habitante Mg DBO/litro de efluente Litros/hab/dia – Alto padrão |
Cervejaria | 5-20 1000-2000 | M3 agua /m3 cerveja produzida Mg DBO/litro |
Fecularia de Mandioca | DBO:1500 – 3 000 | Mg/litro |
Refinaria Petroleo | Dbo baixa: 10-30 | Mg/litro |
Obs.: A poluição é medida normalmente em DBO – demanda biológica de oxigênio (mg de O2/litro de efluente) ao 5 º dia de incubação
Compostos adicionados à água (Saneamento Municipal)
Composto | Padrão | Efeitos sobre a saúde |
Flúor | 0,6 a 0,8 mg/L | Proteção dos dentes das crianças contra as cáries. |
Cloro | Mínimo de 0,2 mg/L | Agente bactericida; desinfecção de água. |
Parâmetros de monitoramento da qualidade da água
Composto | Padrão | Efeitos sobre a saúde |
Características físicas e organolépticas | ||
Cor Padrão | Máx: 5,0 U.C. | Deve ser ausente. Pode causar manchas. Indicação de eventual contaminação. |
Gosto e Odor | Não Objetável | Sabor característico. Indicação de eventual contaminação. |
Turbidez | 1,0 NTU | Material em suspensão. Reduz a ação do cloro. |
pH | Min. 6,5 Máx.8,5 | Muito baixo é corrosivo. Muito alto provoca incrustações. |
Características bacteriológicas | ||
Coliformes totais | Ausentes em 95% das amostras | Indicação de contaminação. Provável contato com dejetos animais. |
Coliformes fecais | Ausentes | Contato com dejetos animais. Indicação de provável presença de agentes patogênicos. |
Metais | ||
Arsênio | 0,05 mg/L | Intoxicação ao sistema nervoso. Possivelmente cancerígeno |
Cádmio | 0,005mg/L | Efeito cumulativo no sistema renal. Cãibras, vômitos e diarréias. |
Bário | 1,0 mg/L | Prejudicial ao sistema circulatório. Aumento da pressão sanguínea. |
Chumbo | 0,05 mg/L | Toxicidade aguda e efeito cumulativo. Danos ao sistema renal e sistema nervoso. |
Cromo | 0,05 mg/L | Distúrbios ao sistema circulatório e renal. Danos ao fígado e ulcerações intestinais. |
Selênio | 0,01 mg/L | Teores elevados podem provocar danos ao fígado. |
Mercúrio | 0,001 mg/L | Elevada toxicidade e efeito cumulativo. Danos ao sistema nervoso e renal. |
Prata | 0,05 mg/L | Em concentrações elevadas provoca danos à pele. |
Não metais | ||
Cianetos | 0,1 mg/L | Em doses elevadas provoca danos ao sistema nervoso e à glândula tireóide. |
Nitratos | 10 mg/L | Prejudicial ao sistema respiratório principalmente em crianças. |
Tratamento biólogo da água
Quando bactérias aeróbias são usadas para purificar a água é preciso oxigenar o reator para que elas convertam os poluentes em dióxido de carbono (CO2) e água (H2O). Quando bactérias anaeróbias são usadas, o oxigênio passa a ser um problema. Este tipo de bactéria além de dióxido de carbono e água, produz metano (CH4) em seus processos de degradação biológica.
Fertilizantes como os fosfatos podem ser removidos com a adição de outro produto químico, usualmente o ferro, para que a reação produza um sólido precipitável e possa ser retirado por filtração.
Remoção de amônia e conversão a nitratos é um pouco mais complicado e inclui tratamentos com bactérias aeróbias e anaeróbias em seqüência. No processo aeróbio entram dois tipos de bactérias a Nitrossomonas e a Nitrobacter. Embora o nitrato não seja exatamente tóxico para a maioria dos peixes o incremento deste elemento pode chegar a níveis indesejáveis propiciando o desenvolvimento de algas verdes (cianofíceas). Para evitar o problema, o tratamento biológico deve continuar e transformar o nitrato em Nitrogênio gás (N2) para então retornar à atmosfera.
Tratamento de Água e Efluentes
Análise da Água
Chama-se poluição a toda e qualquer alteração física, química ou biológica do ar, água e solo que origine condições nocivas à saúde, à segurança e ao bem estar. É poluição tudo o que prejudicar a fauna e a flora, tudo o que altere a estética e tudo o que prejudique o uso humano destes recursos.
A poluição pode ser de ordem microbiológica, originando doenças, ou originada por lançamento de compostos orgânicos e inorgânicos na natureza.
Principais doenças por água contaminada
Doenças
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Agente
|
Sintomas
|
Cólera
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Víbrio cholerae
|
Afeta apenas os seres humanos; sua transmissão vem diretamente dos dejetos fecais de doentes; contaminação por ingestão, principalmente de água contaminada. Causa diarréia, vômitos, rápida desidratação, acidose, câimbras musculares e colapso respiratório
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Amebíase
|
Entamoeba histolytica
|
Esta ameba se alimenta do bolo alimentar e sua presença causa disenteria aguda, febre, calafrios e diarréia sanguinolenta
|
Gastro-Enterite
|
Rota Vírus
|
Vírus que causa diarréia, vômitos, levando a desidratação grave.
|
Hepatite
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Vírus de Hepatite A
|
Vírus que ataca o fígado causando febre, mal-estar geral, falta de apetite e icterícia.
|
Disenteria Bacilar
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Bactéria Shigella
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Fezes com sangue e pus seguido de vômitos e cólicas.
|
Poliomielite
|
Enterovirus poliovirus
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Comum em crianças ("paralisia infantil"); através de contato fecal/oral derivado de condições sanitárias inadequadas; contaminação fecal de água e alimentos.
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Febre Tifóide
|
Salmonella typhi
|
Doença contagiosa causada por bactéria; causa febre intermitente, mal-estar, manchas rosas pelo tronco, tosse e prisão de ventre.
|
Febre Paratifóide
|
Salmonella paratyphi
|
Transmite-se pelas fezes, mãos contaminadas, roupas, alimentos e água. Sintomas comuns são: dor de cabeça, mal-estar, fadiga, boca amarga, febre, calafrios, indisposição gástrica, diarréia e aumento do baço
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Ascaridíase
|
Ascaris lumbricoides
|
A infecção dos vermes ocorre por ingestão de seus ovos presentes na água e alimentos, principalmente verduras
|
O controle governamental sobre a poluição ambiental na água e efluentes industriais, potabilidade, reuso, e outras, é cada vez mais rígido e monitorado. No Brasil a regulamentação é feita pelo Governo Federal, Estadual e Municipal.
As as principais leis e regulamentações incluem: Legislação Federal para potabilidade da água inclui - Portaria 518 e o lançamento em corpos de água - Conama 357/05. A Legislação Estadual, em São Paulo, incluí o lançamento em corpos de água - Artigo 18 e o lançamento em rede de esgoto - Artigo 19A.
Poluição de Praias
Poluição com Tintas
Poluição de Rios
Uma análise de Água para verificar a potabilidade de um poço artesiano, por exemplo, os resultados do laboratório de análise apresentaram o seguinte:
Relatório de Análise Bacteriológica da Água
Poluição por Compostos orgânicos e Efeitos sobre a Saúde
Pesticidas organoclorados: largamente utilizados na lavoura, em concentrações acima dos limites toleráveis acarreta envenenamento, dor de cabeça, distúrbios gastrointestinais, danos ao fígado, rins e sistema nervoso e efeitos cancerígenos.
Solventes orgânicos aromáticos: o benzeno é cancerígeno e em águas de abastecimento se deve a contaminação por tintas, plástico e medicamentos.
Hidrocarbonetos Aromáticos: causadores de câncer. Sua presença em águas de abastecimento se deve a contaminação por resíduos da queima de matéria orgânica e derivados de petróleo.
Trihalometanos: sua formação se dá pela reação do cloro com certos compostos orgânicos presentes em águas naturais. Os THM podem ser cancerígenos.
Fenóis: Utilizado na manufatura de desinfetantes, resinas, e indústria química e farmacêutica. O fenol na água reage com o cloro produzindo gosto e cheiro “de remédio”.
Solventes halogenados: utilizados na indústria de plásticos, tintas e corantes. Potencialmente cancerígenos e alguns deles causadores de danos ao fígado e rins
Herbicidas fenoxiácidos clorados: utilizados na agricultura para controle de plantas daninhas são carreados para os rios e lagos, contaminando a água.
Agentes tensoativos: Provocam formação de espumas e gosto ruim; não são nocivos à saúde.
Cobre - Irritações gastrointestinais
Alumínio - Adicionado à água durante o tratamento, é prejudicial à aparência da água.
Cloretos - Indica eventual contato com esgoto doméstico.
Ferro total - Aparecimento de cor; mancha a roupa e utensílios domésticos.
Dureza - Provoca o aumento do consumo de sabões e incrustações nas tubulações.
Manganês - Afeta a cor e o sabor da água.
Sulfatos - Em concentrações elevadas tem efeito laxativo.
Sólidos totais dissolvidos - Prejudicial ao paladar e pode ter efeito laxativo.
Água de Chuva - Captação e Armazenamento
A água pluvial ou simplesmente chuva com tratamentos simples é uma alternativa concreta para uso em descargas de vasos sanitários, irrigação de jardins e lavagens de carros, pisos e roupa, podendo ser adequada e levada a nível de potabilidade humana e animal.
Água de Chuva – Instalação da Cisterna: Como a cisterna é o principal custo do sistema, o cliente deve estar ciente da capacidade de armazenamento e avaliar se é o que precisa e em termos inclusive de área ocupada.
A SNatural tem sistemas de coleta e armazenamento de água de chuva:A cisterna se apresenta na forma de kit feito em plástico de engenharia reforçada (PEAD) com alta resistência química e mecânica, pré-montado com acoplamento de encaixe, pronto para uso e os módulos são projetados para transporte em container ou caminhão com facilidade de remoção e instalação.
Tanque
(m3) |
Diâmetro e Altura
(m) |
Área
(m2) |
2,1
|
1,6 x 1,2 m
|
9
|
3,3
|
2,6 x 1,8
|
10
|
6,0
|
2, x 3,3 m
|
19
|
10
|
2,35 x 2,55 m
|
23
|
Água de Chuva – Qualidade: Uma água de chuva de telhado, desde que não haja poluição no ar apresenta os mesmos padrões de potabilidade que uma água de torneira residencial pelos padrões da legislação. (Instrução Normativa Nº 62 de 26 de agosto de 2003, a Portaria Nº 518/04 do Ministério da Saúde e a Resolução CONAMA Nº 357/05.)
Resultados das análises físico-químicas e microbiológicas da água de chuva
Parâmetros
|
Unidade
|
Telhado
|
Torneira
(Poço) |
Portaria 518
(MS VMP) |
CONAMA 357
(Classe 1) |
pH
|
-
|
6,72
|
6,8
|
6 - 9
|
6 – 9
|
Condutividade
|
micros/cm
|
25,0
|
57,5
|
--
|
--
|
Turbidez
|
UT
|
0,81
|
0,62
|
5,0
|
100
|
Cor
|
uH
|
0,00
|
0,00
|
15
|
75 mg pt/l
|
Dureza
|
Mg/l
|
21,4
|
72,1
|
500
|
--
|
Aloretos
|
Mg/l
|
10,5
|
9,3
|
250
|
250
|
Alcalinidade
|
Mg/l
|
13,4
|
15,3
|
--
|
--
|
STD
|
Mg/l
|
13,9
|
27.3
|
--
|
--
|
Nitrito
|
Mg/l
|
0,0
|
0,0
|
--
|
1,0
|
Nitrato
|
Mg/l
|
0.0
|
0,0
|
--
|
10
|
Amônia
|
Mg/l
|
0.0
|
0,0
|
1,5
|
3,7
|
Sulfato
|
Mg/l
|
ND
|
ND
|
250
|
250
|
Coli.Termotoler.
|
NMP/100ml
|
0,0
|
0,0
|
Ausência
|
2000 max
|
Coli. Totais
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NMP/100ml
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9,3x10^1
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4,6x10^2
|
--
|
Celso Augusto Guimarães Santos (3); Klissia Magno (2); Mellyne Palmeira (1); Renan Dantas (1); Isabelle Yruska de Lucena Gomes Braga (2) Centro de Tecnologia/Departamento de Engenharia Civil/PROBEX – Aproveitamento De Água De Chuva Para Fins Não Potáveis - UFPB-PRAC - X Encontro de Extensão - 2007
Obs.:A água de chuva, dependendo do local onde é captada, devido a condições de poluição locais (industriais ou áreas urbanas) podem alterar sua qualidade tornando-a imprópria para o consumo humano potável.
Água de Chuva - Utilização Residencial: Numa residência, a alimentação, banho/lavatório representa 45% do consumo de água sendo o resto, 55% usado para descargas em bacia sanitária, lavagem de roupa e carro, irrigação de jardim e piscina que pode facilmente ser atendido pela agua de chuva com um tratamento mínimo de filtração e desinfecção.
Limites para Reuso em Vaso Sanitários – Brasil
Parâmetro | Unidade | Agua de Chuva (Telhado) | NBR 13 969/97 (Classe 3) | Alemanha | Japão |
pH | -- | 6,7 | -- | 6 - 9 | 6 - 9 |
Turbidez | UH | 0,81 | -- | ||
Oleos e Graxas | NTU | <10 | 1 - 2 | 5 | |
DBO | Mg/l | -- | |||
Coliforme Fecal | NMP/100 ml | Ausente | -- | 20 | 10 |
COV | Mg/l | < 500 | 100 | 10 | |
Nitrato | Mg/l | 0,0 | |||
Nitrogênio Amoniacal | Mg/l | ||||
Nitrito | Mg/l | 0,0 | |||
Fosforo | Mg/l | ||||
SST | Mg/l | 30 | |||
SDT | Mg/l | 13,9 | 20 |
(*) – Compostos Orgânicos Voláteis - COV
Água de Chuva – Captação: O dimensionamento de um sistema de coleta depende doconsumo da residência ou estabelecimento, da oferta de chuva no local e dos aspectos econômicos e educacionais. Além de saber quanta água será consumida na residência, precisamos saber o quanto de chuva é esperada durante o ano ou temporada no local e o quanto cai nos telhados. Os dados de chuva podem ser encontrados em Instituições de Meteorologia, municípais ou estaduais ou via internet. Numa região hipotética, descrita abaixo, observam-se, dos dados pluviométricos e os de consumo da casa.
Os dados de precipitação mensal ou anual são aprentados e mm/m2, isto significa que se chover em sua cidade 750 mm/m2, cada metro quadrado recebe 750 litros de água por ano. Na prática nem toda a água é é capturada devido à evaporação, infiltração e outros fenômenos. Esta perda se estima em 20%.
Volume de água (litros/ano) = 0,80 x área captação (m2) x precipitação (lts/ano/m2)
Se sua casa tem 250 m2 de telhado ou área de coleta e em sua região chove apenas 750 mm de agua por ano, tudo o que podemos armazenar é 0,80 x 250m2 x 750 litros/ano/m2 = 150 000 litros ou 150m3 que que seria suficiente para uma casa cujo consumo fosse de 400 litros/dia.
Água de Chuva - Demanda de Água: O consumo de uma fábrica, escritorio ou residencia poderá ser estabelecido por medias padrão da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, como as apresentadas abaixo :
Tipo de Consumidor | C (l/dia) | |
População Permanente
| ||
Residências | ||
alto padrão | pessoa | 160 |
medio padrão | pessoa | 130 |
baixo padrão | pessoa | 100 |
Hotel (menos lavanderia e cozinha) | pessoa | 100 |
Alojamentos Provisórios | pessoa | 80 |
População Temporária
| ||
Fabrica em Geral | pessoa | 70 |
Escritórios | pessoa | 50 |
Edifícios públicos ou comerciais | pessoa | 50 |
Escolas e externatos (Locais de longa permanência) | pessoa | 50 |
Bares | pessoa | 6 |
Restaurantes e similares | refeições | 25 |
Cinemas teatros (locais de curta permanência) | lugar | 2 |
Sanitários Públicos | bacia sanitária | 480 |
Água de Chuva - Dimensionamento:
Caso 1: Considere o número de pessoas que vivem nesta casa de 250 m2 de telhado e que o consumo médio diário/pessoa seja de 200 litros. Se a casa tem 3 pessoas, o consumo diário será de 600 l/dia. Se quiser quer ter uma reserva para todo o ano multiplique esse número por 360 dias ( considera-se 5 dias de folga ou ausente em férias, etc.): 600 x 360 = 216 000 litros/ano (216 m3/ano). Se quiser um tanque para reservar apenas para dois meses após o início da seca, o tanque seria de 36 m3. (60 dias x 600 litros / dia = 36 000 lts).
Assumindo que a temporada de chuva dure cinco meses (150 dias), que o consumo de água durante este periodo seja de 90 m3 (600 litros/dia x 150 dias=90 000 litros) e supondo que nosso tanque tenha 150 m3, a reserva para enfrentar a seca sera a reserva menos o consumo que dá 60 m3 (150 m3 – 90 m3 = 60 m3) Este volume reserva, se a casa continuar a gastar os 600 litros/dia, sera suficinete apenas para 100 dias (60 m3 estocado/consumo de 0,6 m3/dia = 100 dias) ou aproximadamente três meses.
Caso 2 : Se uma família de 3 membros decidiu que a água coletada será utilizada para lavar roupa, banheiro e limpeza geral da casa e considerando-se que a lavanderia consome 18 litros/dia/pessoa, que a descarga banheiro consome 60 litros/pessoa/dia e que a limpeza da casa consome 8 litros por dia.. No total, temos um consumo de 259 litros/dia ou quase 8 m3/mes. Se o período de seca for 3 meses sera necessario um tanque de 24 m3. Se, no entanto, o espaço familiar só permitir construír um tanque de 10 metros cúbicos, a família pode escolher reduzir o consumo e utiliza-la excencialmente para limpar o banheiro.
Água de Chuva – Projetos de Captação
Uma das principais reclamações de usuários do sistema é não conseguir manter uma boa qualidade de água, principalmente após longos períodos de armazenamento. A matéria orgânica, folhas, troncos, etc., deve ser impedida de entrar nas cisternas e para tanto se instalam pré-filtros e sistemas de decantação simples.
Sedimentadores e Prefiltros: Como os telhados estão sujos a primeira água que cai estará contaminada sendo que em geral se despreza 20 litros iniciais de água para cada 100 m2 de área de captação.
A pré-filtração e a desinfecção posterior são elementos chave: os pré-filtros são constituídos por filtros ou grades para reter sólidos grandes, como pedras, areia e folhas. Filtros tipo caixas de gordura separam óleos e outros materiais flutuantes existentes nos telhados e zonas de recolha também podem ser usados.
Para remover areia, um tanque de decantação de 2 a 3 minutos de tempo de tetenção hidráulica permite a separação de sólidos.
Os Pré-filtros podem ser de superficie ou enterrados; a idéia é fazer com que o fluxo de água passe através de um meio filtrante grosseiro selecionado de acordo com a espessura de partículas a serem filtradas.
Após estes cuidados normalmente a água pode entrar na cisterna onde deverá ser clorada.
Normalmente agua de chuva usada para finalidades menos nobres com irrigação, lavagem de piso e carros além de descarga de banheiro, poderá ser usada com este tratamento simples mais desinfecção com cloro.
Tratamento |
Aplicações Básicas
| ||
Potável | Não potável | Rega e Limpeza | |
Filtros | Filtro para sedimentos e no mínimo outro de carvão ativado, por exemplo, para eliminar produtos químicos dissolvidos | Filtro de sedimentos e partículas. Para banho convém usar carvão activado ou areia. | É suficiente um filtro por gravidade de pedrisco. |
Desinfecção |
Requerida
|
Requerida
|
Não requerida
|
O Cloro pode ser granulado, em pastilhas ou líquido. As pastilhas podem ser de dissolução rápida ou lenta. O cloro tem a propriedade de permanece por um longo tempo na água ou efeito residual. No tratamento de agua de cisternas, é o processo mais comum. O tempo de contato do cloro com a água, que deve ser de, no mínimo, 30 minutos e sua dosagem de 2 ppm para manter um residual de 0,5 mg de cloro por litro de água. Para consumo humano a turbidez da água deverá ser de no máximo 1 UNT (unidades de turbidez), a alcalinidade da água entre 80/100 ppm e o Ph entre 7,4/7,8 para o clorofuncionar a contento.
Cloro e Cloradores:
Cloradores de pastilhas: os cloradores mais simples são flutuantes podendo ser usados em piscinas em cisternas e caixas de água. Os cloradores de passagem, outro tipo de clorador de pastilhas, usa pastilhas de baixa solubilidade; As bombas dosadoras são cloradores de formulações liquidas e injetam o cloro de acordo com a vazão da agua na tubulação. As pastilhas de dissolução rápida usando efervecencia também podem ser usados para desinfecção de superfícies, utensílios de cozinha indústria alimentos e água potável. Por ser efervescente, possui dosagens precisas de sanificantes com a possibilidade de oferecer dosagens controladas pelo tamanho da pastilha: 1, 2, 5, 10, 20.. Dissolve-se rapidamente sem deixar resíduos, Com embalagens práticas e de fácil utilização pode ser levado para campings, pescarias, casa de campo, parque de obras, etc.. O cloro granulado é mais usado em piscinas.
Instalação das Cisternas:
A cisterna se apresenta na forma de kit feito em plástico de engenharia reforçada (PEAD) com alta resistência química e mecânica, pré-montado com acoplamento de encaixe, pronto para uso e os módulos são projetados para transporte em container ou caminhão com facilidade de remoção e instalação.
Instalar os tanques respeitando as distâncias horizontais mínimas de 1,5 m de construções, limites de terreno, sumidouros, valas de infiltração e ramal predial de água; 3,0 m de árvores e de qualquer ponto de rede pública de abastecimento de água e 15,0 m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza.
É necessário checar a legislação municipal, regional e estadual que especificam condições diferentes das indicadas.
IMPORTANTE:
- A Cisterna só pode ser instalada se, e somente se, o lençol freático estiver abaixo de sua base de assentamento. A distância mínima aconselhada é de 1,00 m entre a base e o nível máximo que o lençol freático poderá atingir em períodos de cheia.
A profundidade da escavação será determinada pela altura dos tanques e pelo nível de chegada da água, que deverá chegar em nível superior ou igual à entrada no tanque. Outro aspecto importante na etapa de escavação é a análise do tipo de solo/terreno onde o tanque será instalado. A qualidade do solo e suas características de expansibilidade determinam o aterramento.
Fora os elementos imprescindíveis para o funcionamento e captação da água de chuva indicados acima, a cisterna tem seus equipamentos tradicionais incluídos para instalação.
A CISTERNA para água de chuva é equipada com todos os acessórios necessários para o seu funcionamento adequado.
Instalação do Filtro e Manutenção: Os coletores que descem das calhas são conectados nas entradas da água bruta do Filtro de Água de Chuva. Pode-se usar somente um lado ou fazer a entrada pelos dois lados. Se a área de telhado for superior a 100 m², a conexão deve ser feita pelos dois lados. O descarte das folhas e de parte da água deve ser direcionado para a rede de água pluvial (eventualmente, pode ser descartado no terreno para haver absorção pelo solo), e é realizado através da saída oposta à entrada de água filtrada para a cisterna.
O filtro pode ser instalado tanto acima como abaixo do solo. Caso seja instalado abaixo do nível do solo, a base deverá ser sobre terra bem firme ou ser construído um nicho próprio para que este não afunde.
Como a borda superior fica rente ao solo, a tampa do filtro deve ficar bem fechada. A caixa para abrigar o filtro de água de chuva deve ter uma folga para as laterais variando entre 30 e 40 cm além das dimensões do filtro.
O elemento filtrante deve ser inspecionado e limpo regularmente. A freqüência necessária depende das condições do local. Recomendamos que seja de dois em dois meses antes da estação das chuvas, e mensalmente durante tal período, dado o grande fluxo de passagem de chuva.
Limpeza do elemento filtrante
- • Puxar o elemento filtrante para fora do filtro;
- • Limpar a tela na parte de trás com um jato d’água forte;
- • Se necessário, soltar os dois parafusos, retirar a tela do lugar e limpá-la com detergente ou desengordurante;
- • Após a instalação da tela no elemento, recolocá-lo no lugar exercendo uma leve pressão para permitir o encaixe.
Caso fique alto demais, a água suja passará por baixo do elemento para a cisterna.
Capacidade de vazão do sistema
O Filtro Água de Chuva tem capacidade para coleta de água de até 200 m² de área de telhado, com uma vazão de 9 litros por segundo (Estes valores podem variar em função da região de instalação).
Matéria-prima utilizada
O corpo do filtro, o freio d’água e o sifão/ladrão são fabricados em polietileno pelo sistema de rotomoldagem, e o elemento filtrante do Filtro de Água de Chuva é feito em aço inoxidável.
Maiores Informações no Manual de Instalação
Agua de Chuva para aplicações mais Nobres:
Aplicações mais nobres de penderão de um tratamento mais completo com filtração em vaso pressurizado normalmente de carcaça de inox recheado com um determinado tipo de midia (meio filtrante) específica ou pode ser usado um simples filtro de cartucho.
Filtro de cartucho
Filtro de Inox>
A filtração pressurizada a partir de uma cisterna normalmente é feita com um filtro de areia com carvão ativado. A areia retira a turbidez e para retirar o excesso de cloro, sabores e odores originados de contaminantes químicos orgânicos, pesticidas, herbicidas e hidrocarbonetos clorados, se usa o carvão ativado.
Na escolha de um filtro, mais do que o formato do filtro o importante é o meio filtrante oumídia utilizada em seu interior, em sua construção.
Existem vários tipos de midias e cada uma tem sua função no tratamento da água:
Areia filtrante/Sílica/Quatzo: Os filtros de areia são usados para remover sedimentos e sólidos em suspensão, A sua utilização requer a substituição ocasional de retrolavagem freqüentes.
Carvão ativado: é fabricado a partir de cascas de cocos em processos de alta pressão e temperatura; é usada para remoção de cloro, cor, sabor e odores estranhos à água e outros produtos químicos.Também devem ser retro-lavados, invertendo os fluxos de água limpa em direção oposta ao fluxo normal de filtração para remover as impurezas e sólidos. Deve ser substituido completamente uma vez que foi saturado.
Antracito: é um tipo de carvão mineral usado para filtração de sedimentos e partículas além de remover ferro e manganês. Por ter características base carbono também remove gostos e odores estranhos a exemplo do carvão ativado.
Argilas Naturais e Ativadas : para remoção de ferro e manganês com forma granular, de verde a castanho escuro, com poder de troca iônica, removem turbidez, cor, amônia, carga orgânica, removem parcialmente a dureza e absorvem odores e gostos estranhos.
Filtros de Cartucho: feitos de polipropileno ou outro material plastico ou natural, não precisam de retrolavagem, mas são trocados a cada 3-4 meses. Com grande capacidade de retenção de particulas responsaveis pela turbidez. Contra bacterias e virus infelizmente será necessário o uso de cloração, ozonização ou radiação ultravioleta para seu controle e preveção. Despois deste passo se obtém água potável de excelente qualidade.
Sistema de Bombeamento, Filtração e Cloração (Desinfecção)
Desinfecção
Independente do uso da água é necessário se proceder sempre a uma desinfecção tanto para manter um residual de cloro como para habilita-la ao contato humano e animal. Diversas doenças são transmitidas pela água: a Cólera, a Gastro-Enterite, a Hepatite, a Desinteria Bacilar, a Poliomielite, Febre Tifoide e a Paratifoide.
A desinfecção é necessaria logo após a pré filtração diretamente no tanque e especialmente se forem consumidos por seres humanos ou animais. Se a aplicação/uso da água de chuva fôr para irrigação e outros usos que não envolvam o contato humano, a desinfecção pode não ser necessária.
Principais agentes de desinfecção são o Cloro, o Ozônio e a radiação Ultravioleta:
O Cloro pode ser granulado, em pastilhas ou líquido. As pastilhas podem ser de dissolução rápida ou lenta. O cloro tem a propriedade de permanece por um longo tempo na água ou efeito residual. No tratamento de agua de cisternas, é o processo mais comum. O tempo de contato do cloro com a água, que deve ser de, no mínimo, 30 minutos e sua dosagem de 2 ppm para manter um residual de 0,5 mg de cloro por litro de água. Para consumo humano a turbidez da água deverá ser de no máximo 1 UNT (unidades de turbidez), a alcalinidade da água entre 80/100 ppm e o Ph entre 7,4/7,8 para o cloro funcionar a contento.
2) O ozônio (O3) é um excelente desinfetante e também ajuda a eliminar ou reduzir certos metais pesados e produtos químicos. Consome energia para produzir-se e não permanece muito tempo na água o que exige a aplicação contínua no caso de você deseja armazenar água por longos períodos de tempo.
3) Radiação UV (Ultra-Violeta): amplamente utilizada na área de purificação de água, tem a desvantagem de exigir energia elétrica permanente e necessita substituição e manutenção e limpeza da lampada a cada ano de uso.
Cloro e Cloradores:
Cloradores de pastilhas: os cloradores mais simples são flutuantes podendo ser usados em piscinas em cisternas e caixas de água. Os cloradores de passagem, outro tipo de clorador de pastilhas, usa pastilhas de baixa solubilidade; As bombas dosadoras são cloradores de formulações liquidas e injetam o cloro de acordo com a vazão da agua na tubulação. As pastilhas de dissolução rápida usando efervecencia também podem ser usados para desinfecção de superfícies, utensílios de cozinha indústria alimentos e agua potável. Por ser efervescente, possui dosagens precisas de sanificantes com a possibilidade de oferecer dosagens controladas pelo tamanho da pastilha: 1, 2, 5, 10, 20.. Dissolve-se rapidamente sem deixar resíduos, Com embalagens práticas e de fácil utilização pode ser levado para campings, pescarias, casa de campo, parque de obras, etc.. O cloro granulado é mais usado em piscinas.
Pastilhas de 20 e 200 gr
Clorador Flutuante
De Linha/Passagem
Pastilhas Efervecentes
Embalagem em Bombonas
Flutuante dentro da Cisterna
Pastilhas dentro da Cisterna
Bomba Centrifuga e Bomba Dosadora
Cloro Liquido: o cloro liquido é o tipo mais usado na indútria e normalmente aplicado com bombas dosadoras como no esquema abaixo. As bombas dosadoras para aplicação de hipoclorito de sódio a 10-12% de cloro devem ser resistentes à o ataque oxidante do cloro. A dosagem de piscina no minimo de 0,5 ppm e agua potavel minimo de 0,2 ppm;
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