domingo, 17 de janeiro de 2016

ULTIMAS NOTÍCIAS EM 17 DE JANEIRO DE 2015


ASA Brasil - Articulação no Semiárido Brasileiro




Poesia: Águas de Janeiro...


Por Elaine Poeta, comunicadora popular da ASA




De repente o cheiro da terra anuncia
a chegada de um ano de novas ramagens,
da chuva trazida por janeiro,
de janeiro trazido pelas chuvas:
As veredas abrigam novas vidas originadas pelas muitas águas de janeiro...
Novas canções chegam à caatinga,
Pingos, pássaros, a biqueira na cisterna e a chuva na biqueira,
E vez ou outra, se curte trovão...
É a chegada de janeiro com chuva no sertão,
Janeiro trazendo chuva, ou a chuva trazendo janeiro, 
Despertando a caatinga que observava seu cinza,
E de repente acorda em seu verde exuberante.
São as águas de janeiro que chega ao Semiárido 
carregadas de esperança, de crenças e profecias populares...
As águas que vêm e vão em janeiro
Trazem a noticia de boa colheita,
Assim diz Maria, já semeando na roça,
Águas que vêm e vão em janeiro...
Vem avisar que é o mês inteiro de água,
Pouco sol e muitas nuvens,
Assim diz João já com sua enxada na mão.
E Manuel? Esse canta na janela
E diz que o ano é de festa!
As águas de janeiro trazem o sorriso que habita 
no rosto do menino a banhar na bica,
Da Maria a semear feijão,
Do José a sonhar com a criação.
E pelas estradas do Semiárido a poesia desenha o sertão
Em roupagem verde, com poças, lama, nuvens, pingos e pouco sol,
Dando uma trégua à poeira, ao cinza amado e ao sol também amigo.
E muitos versos correm arredios,
Enquanto as águas de janeiro correm tranquilas,
Como a chuva que traz janeiro e como janeiro que traz a chuva.



Fenômeno El Niño muito forte deve influenciar o regime de chuvas sobre o Brasil em 2016


Por João Gnadlinger, do Irpaa




Como foram as chuvas passadas?

Como de costume voltamos a falar sobre a previsão da chuva no Semiárido Brasileiro para os próximos meses. Antes da previsão vamos fazer a avaliação da chuva dos últimos cinco anos de outubro 2010 a setembro 2015. Olhando os gráficos ao lado que mostram a chuva em Juazeiro, BA (medida na Estação Meteorológica de Mandacaru, pela Embrapa Semiárido):


- Cada ano está dividido em duas partes, uma é a estação chuvosa e a outra é a estação seca.


- A quantidade de chuva anual varia entre 174 e 475 mm, ficando sempre abaixo da média dos últimos 40 anos de 508 mm.


- A estação chuvosa de cada ano é muito diferente uma da outra: O mês mais chuvoso em cada ano é outro.


- O mês mais chuvoso destes cinco anos foi em fevereiro de 2012, num ano de estiagem.


- A estiagem durou de março 2011 a novembro de 2014 (a chamada estiagem meteorológica), na realidade duas estações de inverno.


Porque é que falamos então que a estiagem está continuando até agora?


Onde a caatinga está intacta, a natureza se recuperou durante o ano de 2014 e a estiagem acabou. Onde a caatinga já foi tirada ou muito modificada, a estiagem continuou até 2015 apesar da chuva, é a estiagem antropogênica, quer dizer a estiagem em consequência das ações predatórias humanas.


Assim como a natureza nos mostra, deveríamos aprender a viver com a quantidade de água que se tem. Isso se chama o manejo da oferta de água. Até os irrigantes que usam água do Rio São Francisco estão sentindo que a água do rio é finita e todos os usuários precisam economizar o seu uso se querem ter água no futuro. Para ter bastante água de beber numa estiagem podemos aumentar a área de captação ou construir várias cisternas em lugar de ter somente uma. Um barreiro trincheira enche às vezes em uma chuva forte como aconteceu em fevereiro 2012. É importante proteger mais as aguadas da evaporação de 3000 mm por ano: pode se cobrir as aguadas ou deve se fazer aguadas com 4 metros de profundidade. O mais importante é a preservação da caatinga, o seu aproveitamento sustentável e ações de recaatingamento, porque as plantas e animais da caatinga se adaptaram nos últimos 10 mil anos perfeitamente ao clima semiárido e convivem com o déficit de água durante a maior parte do ano.


Qual é a previsão da chuva para o início de 2016?



O Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos de 10/12/2015 constata a presença de condições de El NIño forte para a primeira metade de 2016. Confira no site:http://www.cpc.ncep.noaa.gov/products/analysis_monitoring/enso_advisory/ensodisc_Sp.html


No Brasil, o CPTEC - Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos publicou a previsão seguinte para o trimestre de dezembro 2015, janeiro e fevereiro de 2016:
“A previsão da chuva para o trimestre de janeiro a março de 2016 indica uma maior probabilidade do total de chuvas ocorrer abaixo do normal em grande parte das Regiões Norte e Nordeste, com probabilidade de até 50% para o nordeste do Amazonas, Roraima, Amapá centro-norte do Pará e do Maranhão; e de até 40% na área central do Amazonas, norte de Mato Grosso, Tocantins, norte de Goiás, extremo norte de Minas Gerais, centro-norte e oeste da Bahia, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e os sertões da Paraíba e Pernambuco. Para toda a Região Sul, a previsão indica maior probabilidade de chuva acima do normal.”



A previsão para o Semiárido é de menos chuva que o normal!




Quais são as lições da estiagem de 2010 a 2015 e da previsão de El Niño para 2016?




O clima no mundo ficou relativamente estável durante os últimos 10 mil anos, com uma variação de temperatura de cerca de um grau para cima ou para baixo. A partir do início da Revolução Industrial há 200 anos o clima começou a mudar. As previsões sobre os efeitos das alterações climáticas até 2100 para as regiões tropicais da América do Sul, das quais o Semiárido faz parte, apontam para temperaturas de 2 a 5 graus mais elevadas e chuvas torrenciais, com secas prolongadas, ondas de calor e aumento da ocorrência de ciclones tropicais, capazes de prejudicar ecossistemas inteiros e a agricultura , levando à escassez de água, fome, inundações, extinção de grande parte da flora e fauna e um aumento nos chamados "refugiados ambientais" (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, 2014). Estas previsões são muito sérias.


Ainda podemos evitar isso, se diminuirmos as emissões de gases estufa, diminuindo a queima dos derivados de petróleo, evitando desmatamento, reciclando o lixo, replantando a vegetação, etc.


No mês de maio deste ano, o Papa Francisco, na sua Enciclica sobre o meio ambiente “Sobre o cuidado da casa comum” disse “o futuro da terra e da humanidade está em nossas mãos”.


No início de dezembro, na COP 21 na França, os 195 países do mundo se comprometeram de assinar o Acordo de Paris onde cada país vai declarar o seu compromisso como restringir as emissões de gases estufa para a temperatura da terra não aumentar mais de 1.5 º C até o fim do século.


Em 17 de novembro, 2015, entidades da Sociedade Civil organizaram uma manifestação com 20 mil pessoas de todo o Semiárido, em Juazeiro e Petrolina, com o tema "Semiárido Vivo – Nenhum direito a menos!" Havia duas razões principais para a demonstração: a consciência de que, provavelmente, outra seca está pendente e a ocorrência da crise financeira do país em que o Governo Federal ameaça parar o apoio financeiro para as cisternas e outros programas para melhorar a vida do povo. No documento publicado, as organizações reivindicam uma mudança da política para o Semiárido, entre outras coisas para o setor hídrico:


- Intensificação da construção de cisternas para consumo humano e produção agrícola, estudar a possibilidade de estender o programa cisterna a todas as famílias que vivem em cidades de até 20 mil habitantes.


- Revitalização do Rio São Francisco e devolução do mesmo, pujante, para o povo do Semiárido.


- Avaliando a crise do rio São Francisco com o reservatório de Sobradinho, sem água, dentro da grande crise de água que afeta o país e começar imediatamente a estratégias de proteção de nascentes, mananciais e matas ciliares.


- Elaboração e implementação de um plano emergencial de uso das águas do Rio São Francisco, considerando a Lei 9.433/97 (Lei das Águas), que em situação de escassez prioriza o uso das águas para consumo humano e dessedentação animal.


A “Política de Convivência com o Semiárido", responsável por mudar significativamente a vida da população, deve ser intensificada. Os pobres não devem pagar a conta do ajuste fiscal do governo nem pelo descuido da sociedade com o meio ambiente.


Portal Embrapa


Pesquisador cria irrigador solar automático com garrafas usadas


Luiza Stalder -

Um irrigador automático que não usa eletricidade e ainda pode ser feito com materiais usados. Essa criação rústica e eficaz de um pesquisador da Embrapa poderá ajudar de pequenos produtores a jardineiros amadores a manter seus canteiros irrigados automaticamente pelo método de gotejamento.

Desenvolvido pelo físico Washington Luiz de Barros Melo, pesquisador da Embrapa Instrumentação (SP), o equipamento é baseado em um princípio simples da termodinâmica: o ar se expande quando aquecido. Melo se valeu dessa propriedade para utilizar o ar como uma bomba que pressiona a água para a irrigação.

Uma garrafa de material rígido pintada de preto é emborcada sobre outra garrafa que contém água. Quando o sol incide sobre a garrafa escura, o calor aquece o ar em seu interior que, ao se expandir, empurra a água do recipiente de baixo e a expulsa por uma mangueira fina para gotejar na plantação.

"Funciona tão bem que se você sombrear a garrafa, o gotejamento para, e, ao deixar o sol bater novamente, a água volta a gotejar", afirma o pesquisador que apresenta sua invenção na 67ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), de 12 a 18 de julho na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Paulo.

Fazem parte do invento outros dois depósitos de água: uma garrafa rígida também emborcada que desempenha a função de caixa d'água para manter abastecida a garrafa do gotejamento, e um recipiente maior conectado à garrafa-caixa-d'água que armazena um volume maior de água que será usado por todo o sistema (veja esquema abaixo).

"Os tubos que interligam as garrafas podem ser de equipos de soro hospitalar, por exemplo, mas já utilizei até capas de fios elétricos, retirei os fios de cobre de dentro e funcionou também," conta o pesquisador.

Ele explica que o maior desafio para quem for fazer o equipamento em casa é a vedação. Para o funcionamento do sistema é necessário que as três primeiras garrafas estejam fechadas hermeticamente. "Isso pode ser obtido com adesivos plásticos, do tipo Araldite, mas exige uma aplicação minuciosa", ensina.

Também compõe o sistema um distribuidor que pode ser construído com garrafa pet e do qual saem as tubulações que farão a irrigação.

Econômico e ecológico

As vantagens do irrigador caseiro são várias, conforme enumera Melo. Trata-se de um sistema automático sem fotocélulas e que não demanda eletricidade, pois depende somente da luz solar, tornando sua operação extremamente econômica. Ele promove igualmente uma economia de água, pois utiliza o método de gotejamento para irrigar, o que evita o desperdício do recurso.

"Além disso, é possível construí-lo com objetos que seriam jogados no lixo, como garrafas e recipientes de plástico, metal ou vidro", lembra o especialista.

A versatilidade do equipamento também é grande. A intensidade do gotejamento pode ser regulada por meio da altura do gotejador e o produtor pode colocar nutrientes ou outros insumos na água do reservatório para otimizar a irrigação.

Notícias


15/01/16   Melhoramento genético

Tecnologias mudam cenário da produção de alho no Brasil


Henrique Carvalho -


O cultivo envolve grandes e pequenos produtores e o crescente aumento da área plantada reflete a sua importância na cadeia produtiva de hortaliças. Mas trata-se de um cenário relativamente recente: até a metade da década de 50, o cultivo de alho no Brasil era uma atividade "de fundo de quintal", e base de troca com outros produtos. Os tempos mudaram e hoje, em algumas regiões, o alho é uma cultura extensiva, ombreando com soja e milho, por exemplo, em áreas de até 300 hectares.

O uso de novas tecnologias desenvolvidas para a hortaliça é apontado como a mola propulsora dessa inversão. "Para garantir o aumento da produtividade e da competitividade do nosso alho, a introdução de tecnologias voltadas para a cultura tem sido fundamental", avalia o pesquisador Francisco Resende, que coordena o Programa de Melhoramento de Alho da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF). Segundo ele, a tecnologia da vernalização tornou possível, por exemplo, a adaptação das cultivares desenvolvidas no Sul do Brasil ao bioma Cerrado.
"Como a cultura é típica de regiões de clima temperado, foi a partir da vernalização que surgiram os grandes produtores da região Centro-Oeste", assinala o pesquisador. Ele explica que o processo implica na colocação do alho em câmara fria, numa temperatura de 3 a 5 graus centígrados num período de 50 a 60 dias antes do plantio. De acordo com Resende, esse sistema reproduz as condições climáticas próprias do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, permitindo a produção do alho no Centro-Oeste, mesmo que a região não possua as mesmas condições de clima.
A produtividade alcançada com o uso de tecnologias pode ser exemplificada com salto verificado num período de 40 anos, conforme aponta o pesquisador: "Até o final da década de 1970, a produção dificilmente passava três toneladas por hectare, e hoje temos grandes produtores produzindo cerca de 20 a 22 toneladas por hectare".
Além do alho nobre, vindo dessas variedades que precisam de vernalização para ser plantadas na região central do Brasil, existem as cultivares do chamado alho comum, cultivadas por pequenos produtores (cerca de 20%). Menos exigentes em temperatura, elas são adaptadas ao Sudeste, Centro-Oeste e a algumas partes do Nordeste.
ALHO LIVRE DE VÍRUS
O alho-semente livre de vírus foi desenvolvido pela Embrapa Hortaliças, por meio de pesquisas iniciadas em 1992, e que buscavam soluções para as doenças viróticas, um dos maiores problemas fitossanitários da cultura. Por serem parasitas intracelulares, não há controle com produtos químicos – a única forma de controlar as viroses é através de tecnologia desenvolvida em laboratório de biologia celular. A cultivar de alho BRS Hozan, livre de vírus e que dispensa vernalização, lançada em 2013, é fruto desse trabalho.
Resende destaca que, num primeiro momento, foi expressivo o impacto da tecnologia para os pequenos produtores. "Em 2012, quando iniciamos o trabalho de validação nos municípios baianos de Cristópolis e Cotegipe, a produtividade do alho não passava de quatro toneladas por hectare; em 2013 alcançou cerca de 16 toneladas por hectare, números que refletiram no aumento da renda dos produtores", contabiliza.

O alho-semente BRS Hozan é produzido e comercializado pelas empresas licenciadas Eagle Flores, Frutas & Hortaliças (Uberlândia-MG) e Fazenda Santa Catarina (Planaltina-DF), além do produtor Shiro Kondo (Guatapará-SP).

Anelise Macedo (MTB 2.749/DF) 

Embrapa Hortaliças 


Telefone: (61) 3385-9109
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)



Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

RADIO CÂMARA

Programa Feijoada Completa


AEDES AEGYPTI

Epidemia de dengue no Brasil e a vacina contra a doença



Educação aprova regras para material didático


Deputados L - O - Lobbe Neto

obbe Neto: "parece-nos oportuno que os importantes programas 
referentes ao material didático passem a ser previstos em lei, de 
forma a garantir a perenidade aos programas atualmente em 
execução e a seus requisitos"

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou uma proposta que torna lei partes do Decreto 7.084/10, com mais regras para os programas federais de material didático.
Editado pelo então ministro Fernando Haddad, ainda no governo Lula, o decreto criou mais critérios na seleção de livros para os programas, e para a avaliação didática, que é feita por professores da rede pública, com a ajuda de professores do ensino superior e coordenado por universidades federais.
O texto aprovado foi elaborado pelo relator, deputado Lobbe Neto (PSDB-SP), a partir de duas propostas (PLs 2460/11 e 3881/12) apensadas a um projeto já aprovado pelo Senado (PL 3088/12). “Optamos, assim como duas das proposições em exame, em dar status de lei ordinária a normas previstas no decreto, respeitando, porém, as competências do Poder Executivo, tanto no que se refere a atribuições de seus órgãos, como a minudências características de regulamento”, explicou o parlamentar.
Entre as inovações do substitutivo aprovado está a acessibilidade como norma geral para programas de material didático destinados aos alunos da educação especial e seus professores. E a garantia de transparência nos processos de avaliação, seleção e aquisição das obras didáticas, pedagógicas e literárias, impressas e digitais, ou de outros materiais de apoio à prática educativa.
A proposta também afirma que os recursos financeiros para a execução dos programas serão tratados como despesas obrigatórias.
Tramitação
A proposta ainda será analisada, de forma conclusiva, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem - Marcello Larcher

Edição - Marcia Becker


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